sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ressaca da Copa das Copas



Tive Copa sim e foi sensacional!!

Meu circulo próximo de amigos faz parte daqueles que vê o futebol como uma parte da grande engrenagem de enganação do povo, como parte da política do pão e circo. Um pedaço de mim concorda que que futebol atende aos interesses dos poderosos mas também gosto da arte da bola.
São poucos, muito poucos os que gostam de futebol. São homens e tem a tendência de ser fanáticos por seus times. Não me animo de ver futebol com eles porque são chatos e machistas, tenho que fazer um esforço para “provar” que entendo a ciência do esporte bretão. Na boa, não preciso disso! Daí que nestes últimos meses eu realmente perdi o interesse por seguir os campeonatos e demais. 


Mas como Copa do Mundo é de outra ordem, é o espetáculo dos espetáculos do futebol, eu sabia que ia encontrar minha turma de animados torcedores. E assim foi. Troquei entusiasmadas mensagens e opiniões com minhas poucas e boas amigas brazucas por aqui. A gente não se encontrou tanto quanto eu gostaria, mas o que importante é que intenção e a vontade de reunir. 



O primeiro jogo eu vi na Casa do Brasil com uns amigos (metade brazuca, metade espanhola), antes dançando muito com o show do Funk como Le Gusta. Acho que foi ai que a boa energia começou a contagiar minha roda de amigos. Quando voltávamos para casa, disse a Esther* “entende porque ir ver um jogo é bem legal”. Esther me respondeu: “entendi que vocês, brasileiros, sabem fazer de um jogo de futebol uma festa. Que maravilha!”

É isso ai, Esther, futebol é mais que jogo e alienação, e é mais que “el Mundial de Brasil”.  Para mim também rendeu algumas anedotas bem legais:

1. Uma noite, Paco entrou em casa com mais pressa que o habitual: “que jogo tem hoje? Quem está ganhando?” “Hoje não tem jogo, só amanhã”, respondi. “Mas eu queria ver jogo”, resmungou Paco. Ele picado pelo mosquitinho da Copa do Mundo! Eu fico muito feliz!

2. Explicar a uma amiga israli que zero a zero não é um mal resultado e que nem sempre o jogo tem que ter “scorre”. Dias depois, vê-la virada na frente da TV exclamando loucamente como os jogadores são lindos.

3. Ver o Paco gritar: “como corre este Neymar!!!” E depois ter que consolá-lo quando o Neymar foi lesionado. “Não se pode deixar uma equipe em um jogador”, dizia o já técnico do meu companheiro. Acho doeu mais nele que em mim.

4. Ser zoada pelos fanáticos por futebol e consolada por amigos quando o Brasil perdeu. Gastón*, uruguaio, estava mais inconformado que eu. Ele e o Paco xingaram muito juntos! Faz parte, gente! Russia 2018!!!

5. Encontrar ao Lucas*, 7 anos, antes do jogo final. Ele me fala: “Brasil está fora, Brasil está fora!!” Eu: “não, não, não ... ficou em 4 lugar. A Espanha não ganhou nada ... lá, lá, lá, lá”. E ai, quem é mais infantil??? Tadinho do Lucas é atleticano, eu deveria ter pegado leve.

6. Ver o pequeno Aris*, 8 anos, comer pão de queijo como se houvesse amanhã. Gamou no pão de queijo.



Na final fomos a casa da Esther. Eu fiz pão de queijo com polvilho azedo e Paco fez kibe de forno. Não teve Brasil jogando a final mas teve comidinha brasileira para ver o jogo final. Afinal como bons anfitriões que somos tínhamos que tratar bem as visitas. Aris amou o pão de queijo e não ligou muito para o kibe.

Pão de queijo 7 x 1 kibe!!



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